domingo, 1 de abril de 2012

O espetáculo mais triste da terra.

Nem só de alegria vive a arte, há momentos de dor e tristeza como o episódio do incêndio do Gran Circo Norte-Americano em Niterói-RJ no ano de 1961. O jornalista carioca Mauro Ventura que reconstitui a tragédia através de relatos e fragmentos jornalísticos, afirma em entrevista que mais que relembrar o triste fato, o livro é a forma que ele encontrou de dar nomes e rostos à tragédia que sensibilizou o Brasil e outras partes do mundo.  O livro que acaba de ser lançado pela Cia da Letras relata uma história triste que não deve ser esquecida, que envolve muita gente, a maioria anônimos.


Livro de Mauro Ventura
Lançado pela Cia. das Letras
Ano 2012
"No dia 17 de dezembro de 1961 acontecia, em Niterói, a maior tragédia circense da história e o pior incêndio com vítimas do Brasil. Mais de 3 mil espectadores, a maioria crianças, lotavam a matinê do Gran Circo Norte-Americano, anunciado como o mais famoso da América Latina, quando a trapezista Antonietta Stevanovich deu o alerta de “fogo!”. Em menos de dez minutos, as chamas devoraram a lona, justamente no momento em que o principal hospital da região se encontrava fechado por falta de condições. O prefeito da cidade estabeleceu em 503 o número oficial de mortos, mas a contabilidade real nunca será conhecida. Cinquenta anos depois, o jornalista Mauro Ventura reconstitui o episódio em O espetáculo mais triste da terra.


Curto-circuito ou crime? Era a pergunta que todos se faziam. A polícia logo descobriu um suspeito, mas até que ponto ele era o verdadeiro culpado ou o bode expiatório ideal para dar satisfações rápidas à sociedade e encobrir possíveis falhas das autoridades e do dono do circo? Quatro meses depois da renúncia do presidente Jânio Quadros, o país chegava novamente às manchetes internacionais. O papa mandou celebrar uma missa pelas vítimas e enviou um cheque para ajudar no tratamento dos sobreviventes. O impacto da tragédia em Niterói, então capital do estado do Rio de Janeiro, foi tamanho que o assunto permanece encoberto até hoje.

O livro revela uma trama que mistura drama e heroísmo, oportunismo e solidariedade, dor e superação. O autor mostra como a catástrofe fez surgir a figura do profeta Gentileza e ajudou a projetar o nome do cirurgião plástico Ivo Pitanguy. “Essa tragédia evidenciou a importância da nossa especialidade”, diz o médico. Para o historiador Paulo Knauss, a cirurgia plástica brasileira é tão desenvolvida porque teve na ocasião o maior campo de pesquisa e experimentação de sua história.

Entre os mais de 150 entrevistados, destacam-se Santiago Grotto, um dos três trapezistas que tinham acabado de se exibir quando o fogo começou, e o único ainda vivo, e o médico argentino Fortunato Benaim, que veio de seu país para socorrer as vítimas."

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