quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O teatro e sua curiosa tradição escatológica.

Imagem Google
Merda! Merda pra você!


Português: merda: Francês: merde, Inglês: shit, Alemão: scheiße, Espanhol: mierda.

Que coisa estranha de se ouvir poucos minutos antes de entrar no palco, diria qualquer pessoa que desconhece o sentido da expressão. Na verdade tradicional maneira de desejar boa sorte no mundo das artes cênicas e os atores já estão acostumados a ouvir a palavra.

Existem algumas versões para origem da expressão, mas a mais reproduzida menciona o costume que surgiu na França, onde as boas peças de teatro eram determinadas pela quantidade de carruagens (carros puxados a cavalos) estacionadas a porta ou nas proximidades do teatro, consequentemente a quantidade de excremento animal: merda, depositado nesses locais.

Imagine uma peça em vários atos, talvez duas ou mais horas de espetáculo, baseado em obras de dramaturgos como Molière, Shakespeare e outros tantos e os cavalos lá fora tomando água, comendo capim, abanando o rabo, relinchando entediados enquanto esperavam o fim da peça. Não podiam fazer outra coisa se não transformar a frente do teatro em banheiro, fazendo ali suas necessidades mais básicas e animalescas.

A partir disso começa-se uma análise interessante, quanto mais merda ao fim do espetáculo, mais sucesso. E é muito fácil entender esse raciocínio, veja: a quantidade de merda revela a quantidade de carruagens que estiveram estacionadas ali e, consequentemente, quanta gente viu o espetáculo. Simples assim, não precisa ser cientista ou matemático para entender as contas, basta ter um pouco mais de estômago e observar.

Essa cadeia de acontecimentos media a qualidade de uma peça. Imagine se entre o público presente estivesse um crítico de arte que e ao sair tivesse que andar com cuidado desviando de tanta merda. Ele poderia então comprovar que havia muita gente na platéia e que a peça era realmente um sucesso.

Hoje não existe mais o glamour daquela época, nem a merda também, afinal ninguém mais vai ao teatro em carruagem, talvez hoje fosse possível medir o sucesso através do barulho dos carros ao final do espetáculo, quando motoristas impacientes e enfileirados para sair do lugar não conseguem esperar e metem a mão na buzina.

Talvez pudéssemos medir o sucesso através da quantidade de CO2 despejado no ar, mas, já não teria o charme da antiga expressão “merda”, imagine falar buzina, CO2 ao invés de: merde, shit ou mierda para Usted.


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